Tinha os dedos longos como vara de condão
o sorriso largo lembrava marfim trabalhado
o corpo voluptuoso excitava as mentes de outrem
sua alegria contagiava até os mais depressivos
os cabelos laçavam as fantasias alheias
chamavam-na carinhosamente de bruxa,
seus encantos invadiam pessoas e lugares
sem pedir licença, iluminava a todos,
estrela nata nascera para brilhar e encantar.
Um dia um bruxo nefasto, roubou sua luz
levou com ele seu sorriso, seu brilho, sua alegria
tirou-lhe toda a fantasia, deixou apenas agonia
vivia murcha, embaciada, sombria perdeu o encanto
cessou o canto, fechou-se em prantos, ferida.
Por longos anos viveu sob uma máscara
que não combinava com sua essência
o cerne da sua existência havia sido tirado.
Derradeiramente surge um Merlim com uma
caixinha nas mãos que trouxe para presenteá-la
dentro haviam gotas que brilhavam como estrelas
flutuavam como bolinhas de sabão, foram
acomodando-se uma a uma no corpo dela;
Bruscamente a máscara caiu-lhe da face
um brilho iridescente tomou conta de todo
seu ser, Berta voltou a viver.
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