segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Vilarejo

Há um vilarejo ali
Onde Areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá

Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão

Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for

Marisa Monte


Me Faz Bem

Me faz bem
O teu jeito de se enroscar,
De chegar mansinho e se aninhar,
De me fazer seu par
Me faz bem
Esse jeito bom de gostar,
Viajar veredas que são mistério maior
Que o fundo do mar
Bem...
Me faz bem,
Arrepio de imaginar,
Me perder no lume do teu olhar,
Respirar, tocar
O teu corpo solto no cio
Me faz bem
Ser o velho lobo do mar
Que não cansa de navegar
Pois muito tesouro existe por lá
Me faz bem teu jeito de amar
Tens mais mistérios do que o mar
Me faz bem
Ser o velho lobo do mar
Que não cansa de navegar
Pois muito tesouro existe por lá
Me faz bem teu jeito de amar
Tens mais mistérios do que o mar

Gal Costa


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Os vazios que incomadam
a mente, o corpo a alma
A lama que envolve
os sentimentos

Acinzentando a razão
deturpando a oração
Sem toque, sem força
vazios de minha iluzão

Vazios que corrompem
desatinam, entorpecem
Sem saber pra onde ir
qualquer rumo serve

Onde existe um vazio
um buraco, um vão
qualquer pedrinha
preenche...

Então perdi a qualidade
perdi a propriedade
a função, a condição
a casta, a laia

Desse vazio veio
a indecisdão
o medo, o temor
a falta do amor

Alcaçuz

Todo o ouro que o rei tiver
Não é como as estrelas que terei
Se um dia você vier
Mesmo o mundo, o céu, a terra, a imensidão
Cintilações são sem você
Eu então o que serei

Uma bala de alcaçuz
Longe, longe anos luz de Deus

É de mim ser seu e crer que assim é bom
Basta o som de sua voz
Eu não quero ouvir clarins
Querubins são engraxates aos seus pés
Peço me leve em seu vôo
E pra sempre então serei


Uma bala de alcaçuz
Longe, longe anos luz de Deus
Uma bala de alcaçuz
Longe, longe anos luz de Deus.

Chico César

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Jogando Charme

Não sei se você percebe
Mas eu morro de saudade
Quando cê passa fazendo enxame
E se despede jogando charme

Charme pra todos os lados
Em pequeninos pedaços
Vento batendo na face
Seu cheiro invade o espaço

Redividindo meu peito
Em pequeninos pedaços
Charme pra todos os lados
Em pequeninos pedaços

Tem sido sempre esse impasse
Tem sido sempre esse laço
Em volta do meu pescoço
O seu cabelo enrolado

Fazendo mais imperfeito
Meu verso de pé quebrado
Tem sido sempre esse impasse
Tem sido sempre esse laço

Paquito/Márcio Mello

Espere por Mim Morena

Espere por mim morena
Espere que eu chego já
O amor por você morena
Faz a saudade me apressar

Espere por mim morena
Espere que eu chego já
O amor por você morena
Faz a saudade me apressar

Tire um sono na rede
Deixa a porta encostada
Que o vento da madrugada
Já me leva pra você
E antes de acontecer o sol
A barra vir quebrar
Eu estarei nos seus braços
Para nunca mais voar

Espere por mim morena
Espere que eu chego já
O amor por você morena
Faz a saudade me apressar

E nas noites de frio
Serei teu cobertor
Quentarei o teu corpo
Com meu calor
Oh minha santa eu juro
Juro por Deus nosso senhor
Nunca mais minha morena
Vou fugir do seu amor

Espere por mim morena
Espere que eu chego já
O amor por você morena
Faz a saudade me apressar

Espere por mim morena
Espere que eu chego já
O amor por você morena
Faz a saudade me apressar

Faz a saudade me apressar

Faz a saudade me apressar

Gonzaguinha


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Xote das Meninas

Mandacaru quando
flora lá na seca
E um sinal que a chuva
chega no sertão
Toda menina
que enjôa da boneca
É sinal de que
o amor já chegou no coração
Meia comprida
não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
não quer mais vestir gibão

Ela só quer
só pensa em namorar

De manhã cedo
já tá pintada
Só vive suspirando
sonhando acordada
O pai leva ao doutor
a filha adoentada
Não come nem estuda
não dorme nem quer nada

Ela só quer
só pensa em namorar
Ela só quer
só pensa em namorar
Ela só quer
só pensa em namorar

Mas o doutor nem examina
Chamando o pai do lado
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade
E que pra tal menina
Não há um só remédio
Em toda medicina

Ela só quer
Ela só pensa em namorar

Zé Dantas / Luis Gonzaga


Mar e Sol

Um Sol
Eu sou
Para o seu mar, ó meu amor;
Você
O mar é
Para o meu Sol, para eu me pôr;

Me pôr
Em você,
Me espelhar, me espalhar;
Meu Sol
De arrebol
Deitar no leito de seu mar –

E entrar em você,
Em você queimar, arder;
Em você tremer, em você,
Em você morrer, morrer.

Um só,
Um nó
De fogo e água, terra e céu,
A sós,
Somos nós,
De corpo e alma, você e eu;

E eu
A descer,
A desnascer, desvanecer;
A ser
Em você
Um Sol a se dissolver –

Ao entrar em você,
Em você queimar, arder;
Em você tremer, em você,
Em você morrer, morrer.

Depois,
Nós dois,
Olhos nos olhos, vis-à-vis,
Nos seus
Olhos meus,
Me vejo no que vejo ali;

Ali,
Eu-você,
Olho no olho a se espelhar,
Amor,
Sem temor,
Olho o que eu olho me olhar –

Ao entrar em você,
Em você queimar, arder;
Em você tremer, em você,
Com você morrer, morrer.

Paixão de fogo de paixão
De fogo de paixão
De fogo de paixão,

Em que me afogo de paixão
Me afogo de paixão
Me afogo de paixão

Lokua Kanza / Carlos Rennó



terça-feira, 25 de agosto de 2009

Luz do Sol

luz do sol
que a folha traga e traduz
em verde de novo
em folha, em graça, em vida em força, em luz
céu azul que venha até onde os pés
tocam na terra e a terra inspira e exala seus
azuis
reza, reza o rio,
córrego pro rio, rio pro mar
reza correnteza, roça a beira a doura areia
marcha um homem sobre o chão
leva no coração uma ferida acesa
dono do sim e do não
diante da visão da infinita beleza
finda por ferir com a mão essa delicadeza
coisa mais querida
a glória da vida
luz do sol
que a folha traga e traduz
em verde de novo
em folha, em graça, em vida, em força, em luz
reza, reza o rio
córrego pro rio, rio pro mar
reza correnteza roça a beira a doura areia
marcha o homem sobre o chão
leva no coração uma ferida acesa
dono do sim e do não
diante da visão de infinita beleza
finda por ferir com a mão
essa delicadeza a coisa mais querida
a glória da vida
luz do sol
que a folha traga e traduz
em verde de novo

Caetano Veloso


Mata Virgem

Você é um pé de planta
Que só dá no interior
No interior da mata
Coração do meu amor
Você é roubar manga
Com os moleques no quintal
É manga rosa, espada
Guardiã no matagal
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Úmida de orvalho
Que o sol não enxugou
Você é mata virgem
Pela qual ninguém passou
É capinzal noturno
Escuro e denso protetor
De um lago leve e morno
Teu oásis seu amor
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Úmida de orvalho
Que o sol não enxugou
Você é mata virgem
Pela qual ninguém passou
É capinzal noturno
Escuro e denso protetor
De um lago leve e morno
Teu oásis seu amor.

Raul Seixas/Tânia Menna Barreto


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Dez Anos Mais Velha

Horas a fio velando
o desconhecido
acompanhada do
medo e da solidão

Escuro frio
lágrimas de um
chorar angustiado
inválido, desmerecido

Dez anos mais velha
assim sentiu-se
a mulher insone
que esperou

Esperou alguém
que não voltou
chorou por alguém
que não morreu

"- Ela parece distante... talvez seja porque está pensando em alguém.
- Em alguém do quadro?
- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.
- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?"

[Trecho de Le fabuleux destin d'Amélie Poulain]

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Dono dos Teus Olhos

Não te esqueças
Que sou dono dos teus olhos
Faz favor não espiar pra mais ninguém
Esse azul cor de promessa dos teus olhos
Faz qualquer cristão gostar de tu também
Que nosso senhor perdoe os meus ciúmes
Quando penso em cegar os olhos teus
Pra que eu
Somente eu
Seja o teu guia
Os olhos dos teus olhos
A luz dos olhos teus

Humberto Teixeira



Disritimia

Eu quero me esconder debaixo
Dessa sua saia
Pra fugir do mundo

Pretendo também me embrenhar
No embaranhado
Desses seus cabelos

Preciso transfundir teu sangue
Pro meu coração
Que é tão vagabundo

Me deixe te trazer um dengo
Pra com um cafuné
Fazer os meus apelos

Eu quero ser exorcizado
Pela água benta
Desse olhar infindo

Que bom é ser fotografado
Mas pelas retinas
Dos seus olhos lindos

Me deixe hipnotizado
Pra acabar de vez
Com essa disritmia

Vem logo
Vem curar teu nego
Que chegou de porre
Lá da boemia

Martinho da Vila


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Todo Amor Que Houver Nessa Vida

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria


Frejat/ Cauza



A Tua Boca

Não é veneno
A tua boca
Quando chama a luz do dia
Quando diz que a chama é pouca
Quando ama tão vadia
Se reclama ser tão pouca
A outra boca que esvazia
Quando beija ou abandona
Quando clama entre as chamas Quando chia
Quando pia entre as ramas
Quando adoça é como ardia
Não é veneno quando mata
Quando salva e quando adia
Quando louca
Não é veneno a tua boca
Quando é coisa de magia

Quando cobra que se enrosca
Quando água que se afoga
Quando forca que alivia.

Fagner/Zeca Baleiro/Capinan

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Entre Nós

Já andei teu corpo
Me perdi de vista
De tanto olhar
Te decorei
Conheço mais você que eu

Refleti teu rosto
Me perdi na história
De te tocar
Sem sermos nó
Sem sermos só você e eu

Como a deriva e o cais
O sol e o luar
Não consigo te encontrar
Como a guerra e a paz
A timidez e o olhar
No mesmo azul se sou o céu
Você é o mar

Já te fiz meu canto
Minha voz meu guia
Já fui você
Pra entender
Te dou razão por não saber

O quanto te quero
Tudo que espero
Pra ver você
Se resolver
Entre a razão e o querer

Como a deriva e o cais
O sol e o luar
Não consigo te encontrar
Como a guerra e a paz
A timidez e o olhar
No mesmo azul se sou o céu
Você é o mar

Paulo Dáfilin E Mauro D’alaqua
Alguma mulher fica o tempo o bastante
para saber o que se passa na sua cabeça?

*
Não queria te aborrecer.
Você não tem esse poder. Não é tão importante

para conseguir me aborrecer.

*
Leia primeiro pra mim. Depois faremos amor.


*
Quanto mais sofro, mais amo.


*
O que sentimos não tem importância.

O importante é o que fazemos.
**
Frases do filme O LEITOR, de Stephen Daldry,
Alemanha/Estados Unidos, 2008.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A Medida da Paixão

É como se a gente não soubesse
Pra que lado foi a vida
Por que tanta solidão
E não é a dor que me entristece
É não ter uma saida
Nem medida na paixão

Foi, o amor se foi perdido
Foi tão distraido
Que nem me avisou
Foi, o amor se foi calado
Tão desesperado
Que me machucou

É como se a gente presentisse
Tudo que o amor não disse
Diz agora essa aflição
E ficou o cheiro pelo ar
Ficou o medo de ficar
Vazio demais meu coração

Foi, o amor se foi perdido
Foi tão distraido
Que nem me avisou
Foi, o amor se foi calado
Tão desesperado
Que me maltratou

Lenine/Dudu Falção




A Dança das Borboletas

As borboletas estão voando
A dança louca das borboletas
Quem vai voar não quer dançar
só quer voar, a voar
Quem vai voar não quer dançar
só quer voar, a voar

E as borboletas estão girando
Estão virando a sua cabeça
Quem vai girar não quer cair
só quer girar, não caia!
Quem vai girar não quer cair
só quer girar, não caia!

And the butterflies are invading
the apartments, cines and bars
Sewers and rivers, lakes and seas
In a "de arrepiar" twirl
Destroying windows and glass doors
Escalators and in the chimneys
They sit and "pousam" in the smog
In a rainbow if knows what it is

Se sabe o que é...Se sabe o que é...
Se sabe o que é...Se sabe o que é...

E as borboletas estão invadindo
os apartamentos, cinemas e bares
Esgotos e rios e lagos e mares
Em um rodopio de arrepiar
Derrubam janelas e portas de vidro
Escadas rolantes e nas chaminés
Se sentam e pousam em meio à fumaça
Em um arco-íris se sabe o que é

Zé Ramalho


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

"O amor, se é amor, não se acaba de forma civilizada. Nem no Crato... nem na Suécia.


Se ama de verdade, nem o mais frio dos esquimós consegue escrever o “the end” sem uma quebradeira monstruosa.


Fim de amor sem baixarias é o atestado, com reconhecimento de firma e carimbo do cartório, de que o amor ali não mais estava. "
(Xico Sá)

Tanto Querer

Quando a gente se encontra cresce no peito...
Um gosto de vida, um sorriso... tanto querer...
É quando a luz da saudade acende de um jeito...
Se faz tanto tempo a gente não quer nem saber...
Agora será como sempre, eterno presente...
Certeza que mesmo distante em nós resistir
Seja no a-amanhecer...
Saudade vem e vai...
Amor é quem me levará à você!
Seja no a-amanhecer...
Saudade vem e vai...
Amor é quem me levará...

Geraldo Azevedo


sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Uma Mulher Solitária/A Woman Left Lonely

Uma mulher solitária em breve vai crescer cansada de
esperar,
Ela vai fazer coisas loucas em uma ocasião solitária.
Uma conversa simples com um novo homem agora e

novamente
Faz um toque de situação quando um bom rosto vem

dentro de sua cabeça

E quando ela fica solitária, ela vai pensar sobre
o
homem dela,
Ela sabe que ele está pegando-a por previlégio, yeah,

yeah

Querido, ela não está entendendo,não não não não!

Bem, a febre da noite, ela queima o amor próprio da

mulher
Yeah, aquelas chamas quente vermelha tenta empurrar o

velho amor pra
Fora
Uma mulher solitária, ela é vítima do homem dela, sim
ela é.
Quando ele não consegue estimular o próprio caminho
dele, bom Deus,

Ela faz o melhor que ela pode, yeah!

Uma mulher solitária, Deus, que solitária garota

Dan Penn, Spooner Oldham
Uma homenagem aos 40 anos de Wodstock

A woman left lonely will soon grow tired of waiting,
She'll do crazy things, yeah, on lonely occasions.
A simple conversation for the new men now and again
Makes a touchy situation when a good face come into your head.
And when she gets lonely, she's thinking 'bout her man,
She knows he's taking her for granted, yeah yeah,
Honey, she doesn't understand, no no no no!

Well, the fevers of the night, they burn an unloved woman
Yeah, those red-hot flames try to push old love aside.
A woman left lonely, she's the victim of her man, yes she is.
When he can't keep up his own way, good Lord,
She's got to do the best that she can, yeah!
A woman left lonely, Lord, that lonely girl,

Janis Joplin
símbolo do movimento hippie


Tentar ( Um pouco mais forte)

Tentar, tentar, tentar apenas um pouco mais forte
então eu posso amar, amar, ama-lo, eu digo a mim mesma
Bem, eu estou tentando, apenas um pouco mais forte
então eu não quero perder, perder, perde-lo para mais ninguém.
Hey! Bem, eu não me importo quanto tempo isso irá tomar
você sabe,
mas se isso é um sonho eu não quero,
não eu realmente não quero,
Se isso for um sonho eu não quero que ninguém me acorde.

Sim, eu vou tentar yeah, apenas um pouco mais forte
Assim eu posso dar, dar, dar, dar-lhe cada pedaço de minha alma.
Yeah, eu vou tentar, apenas um pouco mais forte
Então eu posso mostrar, mostrar,mostrar-lhe amor sem controle.
Hey! Eu tenho esperado tanto tempo por alguem tão bom,
Eu não vou perder minha chance, nao eu nao quero perder isso,
não vou perder minha chance de faze-lo meu, todo meu.
Tudo bem, comece! Yeah!

Tentar yeah, tentar yeah, hey, hey, hey, tente yeah,
Oh tentar whoa!Whoa, whoa, whoa, whoa,
Oh qualquer um, oh qualquer um, oh qualquer um,
Tentar oh yeah (apenas um pouco mais forte)
Whoa eu vou tentar um pouco mais,
Eu disse tentar yeah, aw eu disse tentar,
Eu disse tentar tentar tentar tentar tentar tentar,
Oh tentar oh yeah,tentar oh yeah!

Hey hey, eu preciso conversar com meu homem agora,
Você sabe eu, eu preciso sentir para meu homem agora,
Eu disse eu, eu preciso trabalhar para meu homem agora,
Você sabe eu, eu preciso ferir para meu homem agora,
Eu penso - um todo dia para meu homem agora,
Você sabe disso, toda maneira para meu homem agora.
Eu disse tentar, tentar yeah, oh tentar yeah,
Hey hey hey, tentar yeah hey, oh, tentar...

(J. Ragovoy, C. Taylor)

Tradução da música Try(Just a litlle bit harder)
Interpretada por Janis Joplin musa do Movimento Hippie
40 Anos de Woodstock



quinta-feira, 13 de agosto de 2009

"Pensar. Eis um verbo reflexivo."
Millôr Fernandes

Só Tinha de Ser Com Você

É, só eu sei quanto amor eu guardei
Sem saber que era só prá você
É, só eu sei quanto amor eu guardei
Sem saber que era só prá você

É, só tinha de ser com você
Havia de ser prá você
Senão era mais uma dor
Senão não seria o amor
Aquele que o mundo não vê
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu prá você
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu prá você

É, você que é feito de azul
Me deixa morar neste azul
Me deixa encontrar minha paz
Você que é bonito de mais

Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você
E você sempre foi só de mim
Que eu sempre fui só de você
Você sempre foi só de mim (2X)

Fernanda Porto


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Você Se Lembra

Entre as estrelas do meu drama,
Você já foi meu anjo azul,
Chegamos num final feliz, na tela prateada da ilusão...
Na realidade, onde está você?
Em que cidade você mora?
Em que paisagem, em que país...
Me diz em que lugar... cadê você?
Você se lembra torrentes de paixão?
Ouvir nossa canção
Sonhar em Casa Blanca e se perder...
No labirinto de outra história

A caravana do deserto
Atravessou meu coração
E eu fui chorando por vc
Até os 7 mares do sertão
Voce se lembra torrentes de paixão?
Ouvir nossa canção...
Sonhar em Casa Blanca e se perder...
No labirinto de outra história

Na realidade, onde está você?
Em que cidade você mora?
Em que paisagem, em que país...
Me diz em que lugar... cadê você?
Você se lembra torrentes de paixão?
Ouvir nossa canção
Sonhar em Casa Blanca e se perder...
No labirinto de outra história
Você se lembra...?

Geraldo Azevedo/ Oswaldinho/Fausto Nilo


Sensual

Quando eu cantar
quero ficar molhado de suor.
E por favor não vá pensar
que é só a luz do refletor.

Será minha alma que sua
sob um sol negro de dor;
outro corpo, a pele nua,
carne, músculo e suor.

Como um cão que uiva pra lua
contra seu dono e feitor;
uma fera-animal ferido
no dia do caçador;
humaníssimo gemido
raro e comum como o amor.

Quando eu cantar
quero lhe deixar
molhada em bom humor.
E por favor não vá pensar
que é só a noite ou o calor.

Quero ver você ser
inteiramente tocada
pelo licor da saliva,
a língua, o beijo, a palavra.

Minha voz quer ser um dedo
na tua chaga sagrada.
Uma frase feita de espinho,
espora em teus membros cansados:
sensual como o espírito
ou como o verbo encarnado.

Belchior

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.


Manuel de Barros – Infância

Dona

Dona
desses traiçoeiros
Sonhos
sempre verdadeiros
Oh, dona
desses animais
Dona
dos teus ideais

Pelas ruas onde andas
onde mandas todos nós
Somos sempre mensageiros
esperando tua voz
Teus desejos uma ordem
nada é nunca, nunca é não
Porque tens essa certeza
dentro do teu coração
Tam, tam, tam batem na porta
não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência
do teu pulso de mulher
Um olhar me atira à cama
um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo
porque sei que és minha
Dona

Não há pedra em teu caminho
não há ondas no teu mar
Não há vento ou tempestade
que te impeçam de voar
Entre a cobra e o passarinho
entre a pomba e o gavião
Ou teu ódio ou teu carinho
nos carregam pela mão
É a moça da cantiga
a mulher da criação
Umas vezes nossa amiga
outras nossa perdição
O poder que nos levanta
a força que nos faz cair
Qual de nós ainda não sabe
que isso tudo te faz
Dona, ah, ah

Sá & Guarabira


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Do It

Tá cansada, senta
Se acredita, tenta
Se tá frio, esquenta
Se tá fora, entra
Se pediu, agüenta
Se pediu, agüenta...

Se sujou, cai fora
Se dá pé, namora
Tá doendo, chora
Tá caindo, escora
Não tá bom, melhora
Não tá bom, melhora...

Se aperta, grite
Se tá chato, agite
Se não tem, credite
Se foi falta, apite
Se não é, imite...

Se é do mato, amanse
Trabalhou, descanse
Se tem festa, dance
Se tá longe, alcance
Use sua chance
Use sua chance...

Se tá puto, quebre
Ta feliz, requebre
Se venceu, celebre
Se tá velho, alquebre
Corra atrás da lebre
Corra atrás da lebre...

Se perdeu, procure
Se é seu, segure
Se tá mal, se cure
Se é verdade, jure
Quer saber, apure
Quer saber, apure...

Se sobrou, congele
Se não vai, cancele
Se é inocente, apele
Escravo, se rebele
Nunca se atropele...

Se escreveu, remeta
Engrossou, se meta
E quer dever, prometa
Prá moldar, derreta
Não se submeta
Não se submeta...

Lenine e Ivan Santos

Bem ou Mal

Pode ser que seja normal
Acordar querendo te ver
Pode ser que seja fatal
Para mim, ficar sem você
Pode ser que o amor seja assim
E o remédio seja esperar
Pode ser que eu ria de mim
Quando tudo isso acabar
Antes que eu sinta mais saudades de você
Quem sabe a gente não se encontra pela rua
Ainda é cedo e tudo pode acontecer
A chance é toda sua
Pode ser seu jeito de olhar
Um sorriso basta pra mim
Faz o mundo inteiro parar
Faz o coração dizer sim
Pode ser que eu queira demais
E você nem queira saber
Pode ser que seja fugaz
Mas eu quero estar com você
Eu visto a roupa mais bonita pra te ver
Quem sabe a gente não se encontra pela rua
A noite cai e tudo pode acontecer
Debaixo dessa lua
Bem ou mal
Tudo se mistura, tudo é natural
Prazer e tortura juntos, bem ou mal
Se você quer calma, eu quero um temporal
De amor e prazer

Maurício Gaetani


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Declaração de Amor

Umas das 7 maravilhas do mundo, praticamente todos já o viram em inúmeras fotografias, mas o que poucos sabem, é a história que está por detraz deste inigualável monumento. O Taj Mahal, é não mais do que uma ode ao amor e representa toda a eloquência que este sentimento pode ser. Durante séculos, o Taj Mahal inspirou poetas, pintores e músicos que tentaram capturar a sua magia em palavras, cores e música. Viajantes cruzaram continentes inteiros para ver esta esplendorosa beleza, sendo poucos os que lhe ficaram indiferentes.
Como todas as histórias, esta também começa da mesma maneira... Era uma vez um príncipe chamado Kurram que se enamorou por uma princesa aos 15 anos de idade. Reza a história que se cruzaram acidentalmente mas seus destinos ficaram unidos para todo o sempre. Após uma espera de 5 anos, durante os quais não se puderam ver uma única vez, a cerimónia do casamento teve lugar do ano de 1612, na qual o imperador a rebaptizou de Mumtaz Mahal ou "A eleita do palácio". O Príncipe, foi coroado em 1628 com o nome Shah Jahan, "O Rei do mundo" e governou em paz.
Quis o destino que Mumtaz não fosse rainha por muito tempo. Ao dar à luz o 14º filho de Shah Jahan, morreu aos aos 39 anos em 1631. O Imperador ficou tremendamente desgostoso e inconsolável e, segundo crónicas posteriores, toda a corte chorou a morte da rainha durante 2 anos. Durante esse período, não houve musica, festas ou celebrações de espécie alguma em todo o reino.
Shah Jahan ordenou então que fosse construído um monumento sem igual, para que o mundo jamais pudesse esquecer. Não se sabe ao certo quem foi o arquitecto, mas reuniram-se em Agra as maiores riquezas do mundo. O mármore fino e branco das pedreiras locais, Jade e cristal da China, Turquesa do Tibet, Lapis Lazulis do Afeganistão, Ágatas do Yemen, Safiras do Ceilão, Ametistas da Pérsia, Corais da Arábia Saudita, Quartzo dos Himalaias, Ambar do Oceano Índico.
Surge assim o Taj Mahal. O seu nome é uma variação curta de Mumtaz Mahal.. o nome da mulher cuja a memória preserva. O nome "Taj", é de origem Persa, que significa Coroa. "Mahal" é arábico e significa lugar. Devidamente enquadrado num jardim simétrico, tipicamente muçulmano, dividido em quadrados iguais cruzado por um canal ladeado de ciprestes onde se reflecte a sua imagem mais imponente. Por dentro, o mausoléu é também impressionante e deslumbrante. Na penumbra, a câmara mortuária está rodeada por finas paredes de mármore incrustado com pedras preciosas que forma uma cortina de milhares de cores. A sonoridade do interior, amplo e elevado é triste e misterioso, como um eco que soa e ressoa sem nunca se deter. Sobre o edifício surge uma cúpula esplendorosa, que é a coroa do Taj Mahal. Esta é rodeada por quatro cúpulas mais pequenas, e nos extremos da plataforma sobressaem quatro torres que foram construídas com uma pequena inclinação, para que em caso de desabamento, nunca caiam sobre o edifício principal.
Os arabescos exteriores são desenhos muçulmanos de pedras semi preciosas incrustadas no mármore branco, segundo uma técnica Italiana utilizada pelos artesãos hindus. Estas incrustações eram feitas com tamanha precisão que as juntas somente se distinguem à lupa. Uma flor de apenas sete centímetros quadrados, pode ter até 60 incrustações distintas. O rendilhado das janelas foi trabalhado a partir de blocos de mármore maciço.
Diz-se que o imperador Shah Jahan queria construir também o seu próprio mausoléu. Este seria do outro lado do rio. Muito mais deslumbrante, muito mais caro, todo em mármore preto, que seria posteriormente unido com o Taj Mahal através de uma ponte de ouro. Tal empreendimento nunca chegou a ser levado a cabo. Após perder o poder, o imperador foi encarcerado no seu palácio e, a partir dos seus alojamentos, contemplou a sua grande obra até à morte. O Taj Mahal foi, por fim, o refúgio eterno de Shah Jahan e Mumtaz Mahal. Posteriormente, o imperador foi sepultado ao lado da sua esposa, sendo esta a única quebra na perfeita simetria de todo o complexo do Taj Mahal.
Após quase quatro séculos, milhões de visitantes continuam a reter a sua aura romântica... o Taj Mahal, será para todo o sempre um lágrima solitária no tempo.

Meu Vestido Branco

Depois de muito caminhar, e procurar, sem obter nenhum sucesso finalmente encontrei meu vestido branco do jeito que eu queria, ele realmente estava só me esperando chegar.
Ficou perfeito, terei que fazer um pequeno ajuste na minha cintura de vespa, mas o geral caiu como uma luva...

Vestido de Noiva

Vestido de noiva
cetim, tafetá, crepe
babados, babados, babados
flores, grinaldas, bordados

Não quero, não gosto
não parece comigo
não quero vestido de noiva
to falando grego?

Renda feita a mão
algodão artesanal
naturalmente simples
era assim que eu queria

Finalmente encontrei
esperimentei vários
lindos, maravilhosos
e o perfeito pra mim

Meu vestido de noiva
está em casa
sem bordados, paetês
flores, frescuras...

É o meu vestido
com a minha cara
o meu jeito de ser
o meu gosto pessoal.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

"Aquilo que se faz por amor, parece ir sempre além dos limites do bem e do mal."
Friedrich Nietzsche

Abraço entre Almas

Deitei ao pés dessa árvore que não sei o nome
mas que me acolheu sem preconceitos
ofereceu sua raiz, enorme,
onde encostei minha cabeça cheia
olhei seus galhos, tão altos
suas sementes, folhas, tronco...
Senti sua força
mesmo de longe
e abracei com minha alma
toda sua textura

Auira Ariak

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Saia do Meu Caminho

Saia do meu caminho, eu prefiro andar sozinho
Deixem que eu decido a minha vida.
Não preciso que me digam, de que lado nasce o sol
Porque bate lá o meu coração.

Sonho e escrevo em letras grandes de novo
pelos muros do país.
João, o tempo, andou mexendo com a gente sim.
John, eu não esqueço, a felicidade é uma arma quente
Queeeeeente, queeeeeente....

Saia do meu caminho, eu prefiro andar sozinho
Deixem que eu decido a minha vida.
Não preciso que me digam, de que lado nasce o sol
Porque bate lá o meu coração.

Sob a luz do teu cigarro na cama,
Teu rosto rouge, teu batom me diz
João, o tempo andou mechendo com a gente sim
John, eu nao esqueço(oh no, oh no), a felicidade é uma arma quente,
Queeeeeente, queeeeente......

Belchior


Flor de Mandacaru

Manda, caru
Flor de mandacaru pra mim
Que é pra botar no xaxim
Em cima da televisão

Manda, caru
Uma flor dessa do sertão
Uma flor de cardo
Pra alegrar meu coração

Só pra guardar de recordação
Do tempo da meninice
Pois de recordar carece
Como uma prece sem fim
Manda, caru
Flor de mandacaru pra mim

Pelo correio ou de caminhão
Num barco do são francisco
Peço que você se apresse
Que a saudade é ruim
Manda, caru
Flor de mandacaru prá mim

Chico César

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Como Nossos Pais

Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...
Quero lhe contar como eu vivi

E tudo o que aconteceu comigo

Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem

Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão

E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo

Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber

Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...

Nossos ídolos

Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você

Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei

Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber

Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...

Belchior

Isso

Isso que não ouso dizer o nome
Isso que dói quando você some
Isso que brilha quando você chega
Isso que não sossega,
que me desprega de mim

Isso tem de ser assim...
Isso que carrego pelas ruas
Isso que me faz contar as luas
Isso que ofusca o sol
Isso que é você e sou sem fim

Chico César

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A Felicidade

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Prá que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor

Tristeza não tem fim
Felicidade sim.

Vinícius de Moraes/ Tom Jobim