quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Tudo Diferente



Todos caminhos trilham pra gente se ver
Todas as trilhas caminham pra gente se achar, viu
Eu ligo no sentido da meia verdade
Metade inteira chora de felicidade
A qualquer distância o outro te alcança
Erudito som de batidão
Dia e noite céu de pé no chão
O detalhe que o coração atenta...

Você passa, eu paro
Você faz, eu falo
Mas a gente no quarto sente o gosto bom que o oposto tem
Não sei, mas sinto, uma força que embala tudo
Falo por ouvir o mundo, tudo diferente de um jeito bate

Todos caminhos trilham pra gente se ver...

Voz: Maria Gadu

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Eu me rendo ao caprichos
as delícias, aos prazeres
as aventuras, e as gostosuras

Eu me entrego aos abraços
aos beijos, aos amassos
ao corpo, ao cheiro

Eu aproveito os momentos
os sorrisos, as carícias
as malícias, os cuidados

Aos mimos, a atenção
ao coração e toda a invasão
desse amor me rendo...

Sem reservas
E eu que tinha desistido de amar
Eu que tinha desacreditado
da graça de viver uma paixão

Não vislumbrava a menor
possibilidade de vida a dois
não queria sequer ouvir

E eu que tinha deixado de
procurar alguém pra conversas
demoradas e acaloradas

Nem mais esperava o sábado
os domingos eram enfadonhos
e as sextas, eram cinzentas...

Em em meio a todo esse
descrédito, essa deseperança
essa falta de riso e cor

Encotrei o calor, o sabor
o vigor do amor, o beijo
e o melhor companheiro

Que jamais pude imaginar
idealizar, esperar
Confesso custei a acreditar

Mas a realidade é dura
e surpreendente! Encontrei
e hoje vivo esse amor!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A Hippie e a Patricinha

Há poucos dias, uma jovem se aproximou da banca de artesanato de uma hippie mais do que cinquentona, e ficou observando alguns brincos feitos com penas e arames.
A banquinha, que estava numa praça, era bem simples, com uma armação em madeira que se desmonta em uma única peça. Sobre ela, um pano escuro e muita bijuteria de vários formatos e cores.

A hippie usava vestido comprido, de algodão, tingido com corantes diversos. Calçava sandálias de couro já bem gastas. Nos braços, diversas pulseiras; no tornozelo esquerdo, uma corrente de linha. Carregava ainda uns três a quatro cordões de conchas e sementes. Na cabeça, um arco em madeira prendia os cabelos maltratados. Nos dedos, anéis de osso.

A moça, de uns 17 anos, relativamente alta e magra, usava short bege, sapatos de salto alto. Os cabelos eram também compridos, mas bem cuidados, lisos. Estava com óculos escuros, aros grandes. A blusa era estampada, sem manga, e alças com detalhes em rendas. No nariz, ostentava um pircieng pequeno, quase invisível.

As duas tinham tatuagens, várias, por sinal. A hippie tinha uma lua no braço esquerdo; no outro, a imagem de uma índia, e mais uma onde se lia fracamente “make love not war” (faça amor, não faça a guerra).

A jovem, por sua vez, também tinha uma lua no braço esquerdo. No ombro, um sol acima de nuvens e com pássaros, tudo bem colorido, bem acabado.

-Legal menina, esses traços aí. Muito legal também enfrentar os velhos preconceitos e marcar a liberdade na própria pele – disse a hippie para a garota, perguntando logo em seguida.

-Teus pais implicaram muito?

-"Implicaram com o quê”? – perguntou a minina.

-Com as tatuagens, poxa (Não foi bem essa palavra. Mas para a coluna tem de ser ela!) –

respondeu a vendedora de bijuterias.

-Não, de jeito nenhum. Meu pai achou bonito. E minha mãe deu a maior força. Até fez uma antes de mim, para eu ter mais coragem. Ela tem uma libélula linda no ombro. Por que não gostariam? Todas as minhas amigas também têm tatuagem.

-Tua mão faz o quê?

-É empresária... mas você também não tem um monte de tatuagem? – indagou a mocinha.

-Tenho, mas quando fiz a primeira meu pai me expulsou de casa. Me chamou de rebelde, disse um monte de coisa, falou que não ia sustentar vagabunda e me colocou na rua. Aí rodei mundo, me arrumei – respondeu a hippie.

-Mas você era rebelde?

-Claro, meu. Ficar suportando esses valores da burguesia, a prisão do lar, o discurso hipócrita da sociedade, a máquina do imperialismo americano...é pára isso que diz essas tatuagens, contra valor, entendeu? A força da contracultura – respondeu, em ritmo acelerado.

-Força de quê? – perguntou curiosa, a jovenzinha.

-Nada não, maninha, deixa para lá. Gostou dos brincos? São dois por cinco mangos.
A mocinha comprou alguns brincos e seguiu seu caminho.

A hippie ficou na praça, sozinha, sentada no seu banquinho. Passou um bom tempo pensativa, lembrando de sua juventude, dos protestos, do rock’n’roll. Finalmente, se levanta e caminhou até uma mulher bem arrumada que estava pela praça.

-Ei, você pode me dar uma indicação? – perguntou ela.

-Indicação de quê, minha senhora?

- Por acaso, você sabe onde eu posso encontrar um desses médicos que tiram tatuagem?

texto extraído do blog Wood: ohomemquesou.blogspot.com


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sempre ao Meu Lado

O amor continua ardente
entorpecente, iluminado

Meu amor cada vez
mais adocicado

Amor bem humorado,
sorriso ao meu lado

Sem explicação
chegou e ficou

Pra sempre estará
ao meu lado...

Sinto Saudades

Sinto saudades dos nossos reencontros
Sinto saudades dos nossos encontros

Sinto seu cheiro pelos lugares
em que andamos juntos

Sinto saudades de você
poesia mais linda que já li

Sinto saudades dos seus abraços
braços envoltos em meu corpo adormecido

Sinto saudades de nós dois, beijo, amasso
cheiro de alfazema, amor, sinto saudades...